Que domingo ensolarado! Não me lembro qual foi a última vez que percebi como o brilho do sol anima as donas de casa, que estendem as roupas recém lavadas. Como aquele calor seco me dá agonia, até a chegada de uma brisa vagarosa que me faz sorrir aliviado com o frescor evidente em minha pele.

Hoje nada demais farei. Passarei toda a tarde na praia, relembrando dos tempos de menino, da juventude ativa e de exacerbada energia, dos almoços em família e das brigas sem motivo. Sentirei a areia mansa e até irritantemente fina grudar por entre meus dedos. Mergulharei tão fundo e rápido que meu corpo afinará, com toda a imensidão do mar ao redor.

Minha cadeira de madeira, grande companheira minhavirou, ouviu minhas risadas, viu minhas lágrimas de lembranças fortes, compartilhou o mais belo pôr do sol que já vi. Pela primeira vez, de verdade, prestei atenção no mundo.